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A beleza estonteante do RIO

 

O Carnaval é simplesmente a maior prova da intoxicante alegria de viver desta cidade. Dança, álcool, praia, desporto e sol são os elixires de perto de seis milhões de habitantes do Rio de Janeiro. As longas praias, rematadas pela de Copacabana, são o centro desta fome de vida.

 

Ao longo da costa atlântica, em Copacabana, Ipanema e Leblon, há altos edifícios de apartamentos das ricas classes médias. Mais acima, nas ladeiras das colinas íngremes, como uma admoestação, encontram-se as casas dos pobres das favelas. Um eléctrico vai, de meia em meia-hora, da Praia Vermelha, entre o Flamengo e Copacabana, até um dos dois marcos do Rio, o Pão de Açúcar, com mais de 400 metros de altura.

 

O outro marco é a estátua de Cristo, com cerca de 40 metros de altura, que fica no cimo do rochedo do Corcovado, com aproximadamente 700 metros de altura, a oeste do Pão de Açúcar, com os braços abertos sobre a cidade. Uma estrada sinuosa através de uma parte da antiga floresta tropical e um elevador permitem chegar ao cume. O topo da montanha separa a parte sul do bem planeado subúrbio rico da Barra da Tïjuca, do nortenho Parque Nacional da Tijuca.

 

O Rio de Janeiro deve a sua estonteante beleza à posição que ocupa na margem oeste da ampla baía de Guanabara, no sopé das ladeiras dos morros, e aos contrafortes das montanhas, que se encontram cobertas por vegetação exuberante.

 

Por certo, esta circunstância deixou também impressionado o navegador português André Gonçalves, quando entrou na baía, no dia de Ano Novo de 1502. Por engano, pensou que era um rio e deu-lhe o nome de Rio de Janeiro. Dado a baía ser um porto natural ideal, Gonçalo Coelho construiu uma povoação em Urca, a colina por baixo do Pão de Açúcar. As primeiras edificações da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foram estabelecidas em 1565, onde é hoje o centro da cidade.

 

A descoberta de ouro, no início do século XVIII, em Minas Gerais, a sul da actual Brasília, levou a uma onda de imigração vinda da Europa. A cidade cresceu além das muralhas e substituiu a Baía como capital colonial, em 1763. As minas de ouro depressa se esgotaram, mas após uma pequena quebra económica, o país voltou-se para a exportação de café. Quando, em 1808, a família real portuguesa fugiu para o Brasil para escapar a Napoleão, a colónia cresceu ainda mais depressa. Foram construídos novos edifícios, restaurados os velhos, abertas novas ruas na cidade e o abastecimento público de água melhorado.

 

Depois de D. João VI ter regressado a Portugal, em 1821, e de o Brasil se tornar independente, em 1822, teve início um novo incremento de construção. No fim desse século, a cidade tinha implementado a mais recente tecnologia moderna, com uma pista de corridas, ligação de caminhos-de-ferro, iluminação de ruas, sistema de esgotos, radiotelegrafia e telefones. Depois da viragem do século, muitos dos edifícios coloniais mais antigos deram lugar a novas ruas mais amplas e a edifícios cada vez mais altos e, mesmo já na década de 60 do século XX, casas coloniais eram demolidas para dar lugar à impressionante Catedral Metropolitana, inaugurada em 1976. No entanto, alguns velhos becos estão escondidos de ambos os lados da Avenida Rio Branco, onde multidões passam por centenas de pequenas lojas. Não há espaço livre nos inúmeros restaurantes durante a hora de almoço, pois é mais barato comer aqui, e, com frequência, melhor, do que nos restaurantes para turistas da zona sul.

 

O tempo está parado na ilha Fiscal, onde foi construído, em 1880, um palácio no estilo neogótico, que, decorado dispendiosa e cuidadosamente, alberga o Museu Cultural da Marinha desde 1999, no qual se pode ver o vestuário e artigos de utilização prática da família real.

 

O Jardim Botânico Tropical', no Parque Nacional da Tïjuca, é um oásis no meio desta metrópole febril, sendo considerado um dos melhores do mundo. D. João VI guardava ali plantas de grande importância económica provenientes de outras partes do globo. Actualmente, alberga cerca de 7000 espécies.