Férias Kuala Lumpur
KUALA LUMPUR, capital das torres sem fim
Uma aldeia mineira quente e húmida tornou-se a super-moderna capital da Malásia.
KUALA LUMPUR, a manta de retalhos
No ano de 1857, um grupo de peritos em minas, da costa ocidental da Malásia, penetrou no interior do país e descobriu, no sopé da cordilheira de Banjaran, uma grande jazida de estanho. A alguns quilómetros de distância, a expedição montou um acampamento para os trabalhadores da mina, na confluência dos rios Klang e Gombak. Era uma região pantanosa infestada de malária, a que deram o nome de «Confluência Suja»: Kuala Lumpur.
Apesar do seu pouco abonatório nome, no espaço de alguns anos a pequena povoação tornara-se numa cidade próspera, devido estanho, que na altura era comercializado a bom preço. Em breve, enormes plantações de café e borracha, em zonas roubadas à floresta tropical, contribuíam para a viragem económica de Kuala Lumpur. A população era constituída, tal como hoje, fundamentalmente por três grupos: mineiros e comerciantes chineses, agricultores malaios e inúmeros indianos, fundamentalmente empregados administrativos do caminho-de-ferro e das plantações. Em 1896, a «Confluência Suja» foi declarada capital da Federação da Malásia.
Os Sultões elegem o rei
Com o início do século XX e o desenvolvimento da indústria automóvel, Kuala Lumpur lucrou com a procura mundial de borracha, que passou a ser o produto mais exportado. Do Sul da
Índia e do Sri Lanka, veio uma nova vaga de imigrantes e essa circunstância fez com que o número de habitantes da cidade subisse, no início dos anos 30 do século XX, para cerca de quatro milhões.
Os primeiros reveses graves surgiram durante a Segunda Guerra Mundial, quando os Britânicos se retiraram perante o avanço dos Japoneses. Terminada a guerra, em 1945, começou uma luta feroz entre grupos nacionalistas e comunistas pela supremacia na Malásia, que culminou na independência sob a forma de uma monarquia parlamentar, cujo rei é eleito por sultões. A capital e sede do governo é Kuala Lumpur.
A comparativamente muito jovem capital alcançou um grau mundial de reconhecimento por volta de 1977 com a conclusão dos arranha-céus gémeos, as Torres Petronas, que, a 450 metros, são as mais altas até agora construídas pelo homem. Com as vantagens da expansão económica dos estados da ASEAN, no final do século XX, dúzias de outros edifícios gigantescos surgiram, de um dia para o outro, em Kuala Lumpur. A torre da televisão é a quarta mais alta do mundo e a Cidade Linear, sobre o rio Klang, ao longo de quase quilómetro e meio, julga-se ser um recorde mundial na horizontal. No entanto, o crescente fluxo de turistas está mais entusiasmado com o tradicional e tipicamente asiático.
Um grande edifício com minaretes, arcos e abóbadas decorativas com 29 metros de altura, é a estação central de comboios, de onde o famoso Expresso do Oriente parte na direcção de Banguecoque e Singapura. O posto principal dos correios e o edifício administrativo dos caminhos-de-ferro parecem castelos de sonho orientais, pelo menos por fora, e tanto o antigo edifício da Câmara Municipal, como o Supremo Tribunal são também em estilo mourisco.
A caverna-templo dos hindus
Dado que o Islão é a principal religião dos Malaios, na cidade há também inúmeras mesquitas. Na confluência do Klang com o Combak eleva-se, desde 1909, a Mesquita de Masjid Jame, cujas abóbadas brancas são reminiscências da Mesquita da Pérola, da antiga Deli. É ultrapassada em tamanho pela Mesquita de Masjid Negara, um edifício moderno de mármore com um minarete de 73 metros de altura e espaço para cerca de 8000 devotos.
Há templos de outras religiões asiáticas nos coloridos becos comerciais da cidade chinesa e no velho bairro indiano. No templo chinês de Sze Yeoh, presta-se homenagem ao deus dos pioneiros, Sen Sze Ya, e à popular divindade Kuan Yin. Não muito longe do mercado nocturno, encontra-se o templo hindu de Sri Maha Mariamman, erigido em 1873, com a forma de uma montanha povoada por deuses, pintada de azul e dourado e com cinco andares. Um pouco afastados da cidade, 272 degraus de uma escada ampla conduzem às Cavernas Batu, um gigantesco templo onde 100 000 hindus se podem reunir em dias santos importantes nas cavernas, com 400 metros de comprimento e cerca de 120 metros de altura, em honra de Xiva e do seu filho Subramaniam.
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