Férias Istambul

Istambul, a luz que brilha no Bósforo

As mulheres nas áreas ocidentais da cidade, Eyüp e Fatith, cobrem a cabeça e a cara, e os homens usam turbante e respondem ao chamamento para as orações dos muezzins, nos seus velhos minaretes. Pelo contrário, no lado asiático vêem-se homens de fato cinzento e jovens trajando à europeia. Os jovens nos parques da cidade satélite de Usküdar, do outro lado do Bósforo, fazem rap e skateboarding. Nas ruas estreitas da antiga Istambul, misturam-se os gases do diesel com cheiros orientais e ar do mar, as carroças competem com as camionetas degradadas e as carruagens reluzentes num trânsito caótico, onde é difícil avançar. É esta tensão animada mas difícil entre a cultura e a tradição que cria a atmosfera nesta cidade de oito milhões de habitantes, que se tem renovado constantemente ao longo de 2000 anos.

A cidade só foi devastada uma vez. Aconteceu em 196, quando o imperador romano Séptimo Severo se vingou por Bizâncio não tomar o seu partido na guerra civil.

A segunda Roma do Oriente

Bizâncio tem 850 anos de história. A lenda conta que Byzas, líder dos Gregos da cidade de Megara, conquistou a península aos Trácios, em 657 a.C. e construiu Bizâncio. A 11 de Maio de 330, o imperador Constantino escolheu a cidade para ser a «segunda Roma», mas rapidamente lhe mudou o nome para Constantinopla em sua honra, até que, 65 anos depois, fez dela a capital do Império Romano do Oriente.

A cidade atingiu o apogeu sob domínio do imperador Justiniano I, no Século VI. Muitas igrejas e palácios cristãos, tais como a incomparável Hagia Sophia (Santa Sabedoria) e o impressionante hipódromo, tiveram origem nesta época. Constantinopla caiu sob o domínio dos Turcos Otomanos em 1453, quando o exército do sultão Méhmet II conquistou a cidade e fez dela a capital do seu reino. Os Otomanos desenvolveram a arquitectura clássica das mesquitas que caracterizam a cidade actual e, sob a sua influência, Hagia Sophia adquiriu os quatro minaretes e converteu-se numa mesquita.

Museu no palácio do sultão

O domínio dos sultões chegou ao seu termo 450 anos mais tarde, nascendo então uma república turca secular, em 1923, que separava religião e política. Para reforçar a mudança, o governo escolheu Ancara para capita] e fez de Istambul, a anterior residência do sultão, um museu. Hagia Sophia perdeu o seu papel religioso e é hoje um museu, embora recentemente seja cada vez maior o número de muçulmanos que a visitam para rezar. É certamente o maior exemplo de arquitectura bizantina. A Basílica de Santa Sofia (Hagia Sophia) foi a catedral de

Constantinopla (actual Istambul). A primeira igreja no local foi construída por Constantius, filho de Constantino, o Grande, mas foi destruída durante a revolta de Nika de 532. O edifício foi reconstruído na sua forma actual em 532-37 sob a supervisão pessoal do imperador Justiniano I.

A sul de Hagia Sophia situam-se os vastos terrenos do Palácio Topkapi. Os sultões e os seus 4000 criados viveram aqui num complexo residencial algo confuso com inúmeros quartos - só para o harém eram 4001 -, pátios encantadores e jardins de grandes dimensões. Actualmente, o palácio aloja uma colecção inestimável de jóias, porcelanas, armas e relíquias do profeta Maomé.

Possivelmente a atracção mais bizarra de Istambul situa-se em frente à Hagia Sophia: a Cisterna Yerebatan. Foi construída no século VI, com 336 colunas, cujos plintos são embelezados por cabeças de medusa, que sustentam o telhado abobadado do reservatório, onde é possível armazenar 80 000 metros cúbicos de água. É a parte restaurada de um sistema completo, cuja construção se iniciou, no século IV, ordenada por Constantino.

Onde Ficar?

Hotéis de todas as categorias e preços. Algumas residências antigas dos sultões foram convertidas em hotéis modernos. Há alguns bed and breakfast nos arredores bizantinos e medievais da parte velha da cidade.