Férias Barcelona

Barcelona – palco da fúria de viver

A capital catalã torna-se cada vez mais interessante

DESCRIÇÃO

O coração de Barcelona palpita na La Rambla. Entre o início e o fim do dia, quase todos na cidade vão parar a esta avenida sombreada por plátanos, ligando a enorme Plaça de Catalunya ao porto. Floristas e vendedores de jornais têm os seus quiosques no passeio de quase 2 quilómetros de comprimento e 46 metros de largura.

Na calçada, também se encontram cafés, gelatarias e bares. A Boqueria, um enorme mercado de peixe, abre às cinco da manhã e, à noite, o sumptuoso edifício da ópera é um ponto de afluência que está frequentemente com lotação esgotada, apesar dos 5000 lugares e dos preços elevados.

Quem chega a Barcelona encontra uma atmosfera cosmopolita, uma mistura de fúria de viver com um desejo de liberdade e um amor pela arte. A capital catalã ainda se sente ligada à Europa a norte dos Alpes. Dentro das suas muralhas viveram reis visigodos e francos, como Carlos, o Careca, a quem se deve a criação do brasão catalão. Durante a defesa de Barcelona contra os Mouros, dizem que ele mergulhou quatro dedos no sangue do herói ferido Guifré el Pilós e fez quatro riscas vermelhas no escudo do moribundo: quatro riscas vermelhas numa terra dourada.

O rei espião

A cidade, com o seu porto, foi fundada pelos Romanos e alcançou prosperidade e poder como residência real no reino franco-catalão de Aragão, na Idade Média. O Barrio Gótico conserva as linhas austeras do gótico catalão patente nas casas bonitas e na catedral imponente. A Generalitat (Câmara dos Cem), sede do primeiro governo autónomo da cidade formado no século XIV, ostenta uma beleza simples. A história relata um episódio curioso: o rei catalão espiava o governo através de um buraco numa cortina, que assim denunciava o seu esconderijo.

Colombo - conhecido em espanhol como Cólon e em catalão como Colom - é venerado em Barcelona como se fosse um santo protector. Pessoas eminentes escoltaram o descobridor da América do porto até ao Palácio de Barcelona, em 1482, onde era esperado pelos dois monarcas reinantes: Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Mais tarde, ergueu-se uma coluna comemorativa de quase 60 metros, junto ao porto. Nas proximidades, está atracada uma reprodução fiel do Santa Maria, no qual o famoso navegador genovês descobriu o Mundo Novo.

Os turistas percorrem a rota de Colombo desde o porto, subindo cerca de 700 metros até à Rambla e virando depois à direita para a Plaça del Rei, em frente da qual uma escadaria conduz ao Palau Reial Major. Aqui, no Salón del Tinell, o navegador expressou a sua deferência aos monarcas acompanhado por um grupo de nativos americanos.

Picasso nos palácios antigos

Muitos edifícios medievais desempenham actualmente papéis diferentes na vida cultural da cidade, como é o caso dos museus. Três palácios, por exemplo, estão reservados à exposição da obra de Picasso. De vez em quando, a gastronomia catalã também pode ser provada sob as abóbadas do restaurante mais antigo de Barcelona, Can Culleretes, ou do famoso Los Caracoles. Os tempos mais modernos também deixaram as suas marcas em Barcelona. Entre as casas comuns, é possível admirar a Plaça Dourada, com uma variedade de 150 edifícios modernistas. Arquitectos tão distintos como Antoni Gaudí criaram residências de cinco pisos com entradas quase subterrâneas, telhados ondulantes e chaminés esculturais, que evocam imagens de contos de fadas. O mesmo se aplica a outra grande obra de Gaudí, a Catedral da Sagrada Família, em construção desde 1882. Quando Gaudí morreu, em 1926, apenas uma das actuais 18 torres estava concluída. Após a explosão de arte nova e modernismo, na viragem do século XIX, a cidade assistiu a um ímpeto arquitectónico renovado com a Exposição Mundial de 1929 e os Jogos Olímpicos de 1992. Um conjunto de galerias modernas e instalações desportivas futuristas emergiu no monte de mais de 200 metros de altura, o Montjuïc. Também aqui o arquitecto Josep Luís Sert construiu um museu para expor a obra do excepcional surrealista Joan Miro (1893-1983). O mestre imortalizou-se com a escultura Dona i Ocell (Mulher e Pássaro), que é tão alta como um farol, e com a sua escultura colorida na La Rambla.